A exposição individual da renomada artista paulista será inaugurada no dia 26 de setembro e propõe um diálogo entre arte contemporânea, história afro-brasileira e o acervo da Casa Museu Eva Klabin. A visitação é gratuita e acontece até 12 de janeiro de 2025, de quarta a domingo.
A consagrada artista visual Rosana Paulino, conhecida por seu trabalho que explora questões sociais, étnicas e de gênero, comemora 30 anos de carreira com a exposição individual “Novas Raízes”, na Casa Museu Eva Klabin, localizada na Lagoa, Rio de Janeiro. A abertura oficial acontecerá no dia 26 de setembro, das 18h às 21h, com visitação gratuita até o dia 12 de janeiro de 2025. A exposição estará aberta ao público de quarta a domingo, das 14h às 18h.
Com curadoria de Lucas Albuquerque, “Novas Raízes” traz uma reflexão profunda sobre a memória e a história afro-brasileira, além de explorar a relação entre arquitetura e botânica. O acervo permanente da Casa, que abriga mais de duas mil obras de arte cobrindo cinco mil anos de história, será recontextualizado pelas obras de Paulino, criando um diálogo entre o passado e o presente.
Um olhar inovador sobre a memória afro-brasileira
Na mostra, o público poderá apreciar obras que tecem uma conexão entre a natureza, a vida privada de mulheres negras e a arquitetura da Casa Museu Eva Klabin. No térreo, as instalações da artista, incluindo colagens e desenhos botânicos, exploram a simbologia da natureza domesticada, criticando a separação entre o ambiente interno e externo, uma herança do pensamento europeu que visava dominar o meio ambiente. Já no andar superior, Paulino aborda questões de resistência e apagamento histórico, trazendo obras como “Espada de Iansã”, apresentada na 59ª Bienal de Veneza, e “Paraíso Tropical”, que utiliza tecidos e fotografias para revisitar a história afro-brasileira e a subjugação das mulheres negras no Brasil.
O trabalho de Rosana Paulino é conhecido por sua capacidade de gerar uma narrativa histórica através da arte, trazendo à tona mitos e construções que ainda afetam a realidade contemporânea. Ao propor uma revisão histórica e epistemológica, a artista convida os visitantes a repensarem o lugar da arte no contexto das relações sociais, raciais e de gênero.
O processo criativo e a importância da exposição
Para Rosana, “Novas Raízes” é mais do que uma celebração de sua carreira; é uma oportunidade de contribuir para a educação e o debate sobre questões históricas e contemporâneas. “Pretendo que esta exposição tenha um caráter educativo, questionando como podemos repensar a produção contemporânea em diálogo com novas leituras de mundo”, afirma a artista.
O curador Lucas Albuquerque destaca a relevância da exposição ao reunir o acervo clássico da Casa Museu Eva Klabin com a arte contemporânea de Paulino. “Este encontro provoca uma revisão da história e da cultura visual brasileira, propondo um novo olhar sobre o papel da arte e da memória”, diz Lucas.
Serviço
- Abertura: 26 de setembro de 2024, das 18h às 21h
- Visitação: 27 de setembro de 2024 a 12 de janeiro de 2025
- Horário: Quarta a domingo, das 14h às 18h
- Local: Casa Museu Eva Klabin (Av. Epitácio Pessoa, 2480 – Lagoa)
- Entrada: Gratuita
- Classificação: Livre
Sobre Rosana Paulino
Rosana Paulino (São Paulo, 1967) é uma das principais artistas visuais do Brasil, com trabalhos focados em questões raciais, de gênero e nas memórias afro-brasileiras. Em sua carreira, participou de importantes exposições internacionais e foi a primeira mulher negra a ter uma exposição individual no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA). Sua obra aborda as violências sofridas por mulheres negras ao longo da história e como elas influenciam as estruturas sociais até os dias de hoje.
Sobre a Casa Museu Eva Klabin
Fundada por Eva Klabin, a Casa Museu é uma referência no cenário cultural do Rio de Janeiro, abrigando uma coleção diversificada que cobre mais de cinco mil anos de história, desde o Antigo Egito até o impressionismo. O espaço promove exposições temporárias, oficinas e conferências, mantendo um diálogo contínuo entre o clássico e o contemporâneo.
Atenciosamente,
Marcos Mariano